John Deere

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A força do campo

sábado, 18 de dezembro de 2010

Venezuela suspende importação de máquinas agrícolas

Situação é prejudicial ao Brasil, que já vendeu este ano US$ 65 milhões em equipamentos ao país

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Os fabricantes brasileiros de máquinas agrícolas começaram a semana com as exportações de seus produtos suspensas para a Venezuela, um dos principais compradores entre os países da latino-americanos. No último domingo (03/10), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expropriou a maior revenda de insumos e equipamentos agrícolas, a Agroisleña, empresa espanhola que está há cerca de 50 anos no país.

"Ninguém sabe o que vai ser daqui para a frente. Essa situação é preocupante, pois a Venezuela é um grande importador de máquinas agrícolas brasileiras", afirma Celso Casale, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Ele conta que o governo da Venezuela justificou a intervenção nas cerca de 60 lojas da empresa, alegando os elevados preços cobrados pelos produtos.

Segundo a Abimaq, as exportações de equipamentos agrícolas para a Venezuela somaram US$ 65 milhões entre janeiro e agosto deste ano. Em 2009 inteiro, as vendas para o país atingiram US$ 97,7 milhões. Casale explica que, com o real valorizado e a perda de competitividade dos produtos brasileiros no exterior, a Venezuela passou a ser um comprador importante para os implementos agrícolas brasileiros.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Conab fará leilão de 267 mil toneladas de milho no dia 5 de janeiro

O arremate está dividido em três avisos e o grão é proveniente de oito estados diferentes

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) marcou um leilão de milho para 5 de janeiro, com oferta de 267,672 mil toneladas de seus estoques governamentais, dividido em três avisos.

Poderão participar do arremate avicultores, suinocultores, bovinocultores de leite e de corte, cooperativas de criadores de aves, de suínos e de bovinos de leite e de corte, indústria de ração para avicultura, suinocultura e bovinocultura, indústrias de insumo para ração animal e indústrias de alimentação humana à base de milho, que estejam devidamente cadastrados perante a Bolsa por meio da qual pretendam realizar a operação, e que estejam em situação regular no Sistema de Registro e Controle de Inadimplentes da Conab (Sircoi).

No aviso 001, serão colocadas à venda 50,141 mil toneladas de milho, divididas em 31 lotes, armazenadas nos estados de Goiás (lote 1), Minas Gerais (lote 2), Mato Grosso do Sul (lotes 3 e 4), Mato Grosso do Sul (lotes 5 e 9), Paraná (lotes 10 a 16) e Rio Grande do Sul (lotes 17 a 31).

No aviso 002, serão ofertadas 216,907 mil toneladas, divididas em 57 lotes. Os volumes estão armazenados em Goiás (lotes 1 e 2), Minas Gerais (lotes 3 a 7), Mato Grosso do Sul (lotes 8 a 18), Mato Grosso (lotes 19 a 28), Paraná (lotes 29 a 45), Rondônia (lote 46), Rio Grande do Sul (lotes 47 a 48) e São Paulo (49 a 57).

O aviso 003 informa a venda de 623 toneladas em único lote, com origem no Rio Grande do Sul.

Analistas esperam preços mais altos para o leite em 2011

Entretanto, aumento dos valores não deve significar uma rentabilidade maior para o produtor


Estabilidade em 2010 e preços mais altos em 2011. É o que esperam analistas de mercado para o mercado de leite. Porém, as consultorias alertam: a melhora nos preços não deve significar uma rentabilidade maior para o produtor.
De acordo com a Bigma Consultoria, o mercado de leite deve encerrar este ano praticamente no mesmo nível de 2009, com preço médio em R$ 0,73 por litro. A análise do Cepea reforça essa expectativa. Em novembro, dado mais recente, a média foi de R$ 0,71 por litro, por causa da baixa oferta.
Foi a primeira valorização entre outubro e novembro desde 1994. A maioria dos representantes do setor acreditava em estabilidade de preços para este mês. Para 2011, a expectativa da Bigma é de preços melhores para o produtor de leite, o que não quer dizer uma rentabilidade maior. O custo de produção também deve ser mais alto, com elevação nos preços de fertilizantes e da ração animal.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Deficiência de potássio pode causar redução na produtividade da lavoura de soja

Sistema de produção brasileiro exige muitos nutrientes do solo. Análise minuciosa pode evitar o problema

Katia Baggio | Londrina (PR)
A falta de nutrientes no solo pode afetar de maneira grave a produtividade das lavouras. A soja, por exemplo, é exigente em uma série deles. Plantas semeadas em solo com deficiência de potássio ficam amarelas e podem morrer. O problema foi registrado pela Embrapa no interior de São Paulo e no norte do Paraná.

O produtor Geraldo Casaroto anda preocupado pela plantação de soja. Ele deve gastar pelo menos dez mil reais a mais no custo de produção.  É que, dos mil hectares que plantou, 10% apresentam plantas amareladas e com as bordas queimadas. O porte também está menor em relação ao restante da lavoura. Os sintomas são de deficiência de potássio. A última análise de solo da área foi feita  em 2009, e o nutriente aparecia bem equilibrado. A produtividade também não indicava problemas – foram colhidas 60 sacas por hectare, no último verão.

– Essa área aqui é bem produtiva, teve produção alta nos dois últimos anos, e agora apareceram essas manchas e é deficiência de potássio. Eu fiquei até meio assustado – afirma o produtor rural Geraldo Cassaroto.
 
O produtor adotou uma solução paliativa. Fez a aplicação “a lanço”, jogando potássio granulado sobre as plantas. A medida pode ajudar a reduzir a deficiência do nutriente, mas o potencial de produtividade está comprometido até o final do ciclo desta lavoura.

Casaroto ainda fez uma aplicaçao de potássio via foliar e programou a segunda para um pouco antes do enchimento de grãos. A ação pode evitar uma grande perda, mas não recupera cem por cento do potencial de produção. Um custo que poderia ser evitado, com uma análise de solo minuciosa. A análise custa de 20 a 30 reais, em média, por amostra. A frequência do procedimento depende de uma série de variáveis, mas uma análise considerada criteriosa depende basicamente do histórico da área, seu tamanho, topografia e também histórico do manejo. Um sistema de produção como o brasileiro, baseado em soja, milho e trigo exige muito do solo. A quantidade de potássio encontrada na área afetada do produtor impressiona.

– A análise que nós fizemos aqui, dessas manchas, indica que tem seis vezes menos potássio do que deveria ter, para um sistema de produção que tenha soja, milho e trigo. Isso tem ocorrido não só aqui, mas em outras lavouras. O teor adequado de potássio na folha gira em torno de 18 a 22 gramas. Aqui nessas áreas manchadas nós temos cerca de 3,9 gramas, um teor extremamente baixo. A planta necessita em torno de 20 quilos de potássio, de K2O, para produzir uma tonelada de soja, ou seja, em torno de 60 quilos para produzir três toneladas de soja, o que é uma quantidade grande, uma adubação foliar não supriria essa necessidade – afirma o pesquisador da Embrapa Soja César de Castro.

– O que nós percebemos é que talvez essa falta de monitoramento, de dar atenção para esses nutrientes, potássio, entre outros, pode levar a uma “fome oculta” e o agricultor colher um patamar de produtividade menor do que o potencial daquele genótipo que ele está comprando e nem sabe que está ocorrendo – finaliza.

Depois de receber o diagnóstico da Embrapa, o produtor Geraldo vai corrigir o problema já pensando nas lavouras de inverno.

– Eu vou fazer a análise de solo correta e trabalhar em cima da análise de solo. Ver o que a terra está precisando para poder suprir essa deficiência – afirma.

Cenário atual aponta para preço da soja ainda maior em 2011

Previsão para o trimestre é de alta nas cotações, que nessa sexta registraram pequena queda em Chicago


Embora o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apresentado nessa sexta, dia 11, não tenha tido o impacto positivo sobre o preço da soja, o cenário atual permite prever um 2011 de alta no preço do grão. Entre as razões apontadas para o otimismo estão a demanda chinesa – que segue em alta –, a possibilidade de estiagem prolongada na Argentina e os efeitos do clima na safra brasileira.
Considerado “conservador” por corretores e especialistas, o relatório não mexeu nas estimativas de produção e de produtividade dos EUA e também não alterou os números da produção da safra sul-americana – mantendo a mesma projeção de novembro para o Brasil e a Argentina. Houve uma redução nos estoques finais americanos em razão do aumento na previsão das exportações.
Para o consultor Carlos Cogo, o documento “não condiz com a situação real”, sobretudo no que diz respeito ao aumento do consumo chinês.
– O relatório mostra uma alta de 15,8% na demanda da China até agosto de 2011, mas o governo chinês divulga aumento de 31% de janeiro a novembro e de 89% só em novembro nas importações – completa Cogo.
O recuo do valor da soja na Bolsa de Chicago ontem – o bushel ficou em US$ 12,73 – é tratado como uma oscilação normal do mercado. O valor recorde para o grão foi registrado em julho de 2008, no período pré-crise, quando o bushel chegou a US$ 16,80. Farias Toigo, diretor da Capital Corretora, aposta na manutenção de tendência de alta no preço do grão:
– O que vai impactar mais agora é o clima. O primeiro trimestre de 2011 pode ter surpresas em relação a isso.
Com um preço de balcão na casa dos R$ 45,20 no início da semana, o produtor gaúcho vende a soja com cautela, por considerá-la de alta liquidez, como observa Valde Luiz Baratto, gerente comercial de grãos da Cotripal. Agricultores do Rio Grande do Sul não têm por hábito negociar a safra antecipadamente, a exemplo do que ocorre em Mato Grosso onde, segundo Cogo, 60% já foi vendido. No Estado, essa média não ultrapassa os 15%.