John Deere

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A força do campo

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Custo de produção: Fertilizantes têm maior peso

Os fertilizantes continuam como os maiores encargos no custo de produção do milho da safra 2009/2010 de Mato Grosso

Sua participação varia entre 30% e 39% do valor desembolsado para produzir o cereal por hectare, ficando entre R$ 157,50 e R$ 315, de um custo total que varia de R$ 898 a R$ 1.283, dependendo do porte da propriedade.

O levantamento foi feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), tendo a cidade de Sorriso, no norte do Estado, como referência. A cotação do custo de produção tem por base propriedades de alta tecnologia, com colheitas de 100 sacas por hectare – média tecnologia registra 80 sacas por hectare e baixa tecnologia, 60 sacas por hectare.

O vice-presidente na região Oeste da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), José Guarino, confirma o peso dos fertilizantes na produção, não só do milho como da soja. “Eles são significativos, afinal, são produtos que não produzimos, com isso os preços elevam e aumentam sua participação no custo final”, discorre.

Guarino revela que as sementes, segundo maior custo da lavoura, também oneram os preços finais. “Ela vem tendo sucessivas altas, em função das novas tecnologias que apresentam”, disse. A semente pode representar de 24% a 32% no custo total da produção em Mato Grosso.

Tanto as sementes como os fertilizantes integram o rol dos insumo da produção, que correspondem de 79% a 85% dos custos de operação.

EXPORTAÇÃO - O Imea mostrou que do total de 1,9 milhão de toneladas de milho exportadas pelo Brasil em setembro, Mato Grosso respondeu por 51%, cerca de 800 mil toneladas. O resultado acumulado de junho a setembro no país somou 3,4 milhões de toneladas, das quais 2 milhões foram exportados pelo Estado de Mato Grosso.

Produção de leite no Estado PR está acima da média nacional

Nos últimos vinte anos a produção de leite vem crescendo no Paraná, tanto em qualidade como em volume

Hoje são 114 mil produtores com rebanhos que produzem em média 10 litros por dia por vaca, enquanto que a média nacional fica em torno de 5 litros por dia.

O Estado é o quarto produtor de leite do país, responsável por 10,3% da produção nacional. Segundo o IBGE, são 3,6 bilhões de litros contra 3,4 bilhões produzidos no ano passado.

A região de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado, se destaca como a maior produtora, com 533,0 milhões de litros, seguida de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, com 503,6 milhões de litros.

Entre os fatores que contribuem para essa evolução estão a capacitação de produtores e dos profissionais que atuam na cadeia produtiva do leite, o melhoramento genético do rebanho, programas de inseminação artificial e as formas de nutrição alimentar.

O setor foi incentivado pela criação dos programas Leite das Crianças e Leite Paraná, que geraram empregos e estimularam os pequenos produtores, dando uma fonte alternativa de renda.

Cotações da manhã 29.10.2010

MILHO GO - Rio Verde R$ / 60 Kg 21,50 0,0%
MILHO MG - Uberlândia R$ / 60 Kg 23,50 0,0%
MILHO PR - Ponta Grossa R$ / 60 Kg 23,50 0,0%
SOJA MT - Rondonópolis R$ / 60 Kg 46,20 0,4%
SOJA PR - Ponta Grossa R$ / 60 Kg 49,00 1,0%
SOJA RS - Passo Fundo R$ / 60 Kg 47,00 1,1%
TRIGO Argentina US$ / t 285,00 -0,7%
TRIGO Paraná R$ / t 470,00 0,0%

Assistam Lavouras do Brasil

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cotação da soja sobe em Chicago e anima cultivo no Rio Grande do Sul

Com cerca de 5% da área estimada em 4 milhões de hectares semeada, o cenário é positivo

O cultivo dos primeiros hectares de soja no Rio Grande do Sul é marcado pelo otimismo. A cotação do grão subiu na Bolsa de Chicago, o que é um estímulo para os produtores gaúchos, apesar das previsões de chuva abaixo da média em razão do fenômeno La Niña.
Deverão ser cultivados no Estado com a oleaginosa cerca de 4 milhões de hectares. Até agora, 5% da área já foram semeados. O produto, em Chicago, está na faixa dos US$ 12 por bushel (27,21 quilos). Consideradas ativos seguros, as commodities em geral estão em alta na bolsa americana. Para os sojicultores brasileiros, o preço poderia estar melhor, não fosse a desvalorização do dólar.
Veja mais sobre a soja, em Lavouras do Brasil
Conforme o diretor da Capital Corretora, Farias Toigo, colaboram também com a alta da soja a redução de área anunciada nos Estados Unidos, em cerca de 500 mil hectares, e a expectativa de La Ninã na América do Sul, com a consequente quebra de safra.
– Somando todos esses fatores, e se as demandas da China continuarem fortes, a tendência vai ser de uma alta maior – prevê Toigo.
Para aproveitar a boa cotação, os gaúchos estão vendendo a safra antecipadamente. Segundo Toigo, a média nos últimos anos no Estado de venda antecipada é de 2%. O consultor estima que 10% da safra que ainda está sendo plantada já foi comercializada neste ano.
Na região da Cotrijal, de Não-Me-Toque, a venda antecipada é cerca de 3% superior aos anos anteriores.
– O preço da soja em Chicago está bom. A única coisa é que a taxa cambial está muito ruim e faz com que os resultados, em reais, não sejam tudo aquilo. O produtor está animado, apesar de as notícias sobre o clima para novembro e dezembro não serem nada boas. Vamos esperar que a previsão esteja errada – comenta o gerente comercial da cooperativa, Irmfried Schmiedt.
Economia nos insumos
Com a desvalorização do dólar, houve queda no preço de parte dos insumos. Quem comprou adubo em agosto, como é o caso do produtor Jarbas Francisco de Andrade, de Entre-Ijuís, nas Missões, conseguiu economizar. A redução foi de cerca de 20%. Andrade iniciou o cultivo de soja em 1,1 mil hectares na segunda-feira, ao mesmo tempo em que colhe trigo. Como em todo o começo de plantio, está otimista.
– Tem o estímulo do preço, mas há o risco do clima. A gente procura ser otimista, não adianta sofrer antes. Talvez as previsões nem se confirmem – diz o produtor, que acompanha o cenário internacional.

 

Pecuaristas devem ter cautela ao negociar

O preço da arroba do boi gordo subiu cerca de 41% este ano para os pecuaristas. Porém, o aumento não foi repassado na mesma proporção para o varejo. Com isso, a carne bovina perdeu participação no mercado em relação a outros tipos de carnes. Os analistas recomendam aos pecuaristas prudência nos negócios. O bom momento para o setor pode não durar muito tempo.
– A gente sempre costuma orientar o produtor a não tentar acertar no preço máximo, porque talvez não seja o momento agora, mas a gente já viu muitos produtores segurando, segurando o gado para acertar no máximo e aí começa  a cair e aí ele vende pior do que se ele tivesse vendido a hora em que o preço estava começando a subir – avalia a analista de mercado Maria Gabriela.
Segundo Gabriela, há muito a pecuária não vivia um momento assim.
– Se a gente fizer principalmente a conta considerando a inflação, a gente sempre usa o IGP-Dá para comparar estes valores, acredito que desde pelo menos 1998 ou 1997 que o pecuarista não vê um preço assim tão interessante da arroba do boi gordo – diz Maria Gabriela.
Levantamento da consultoria onde a analista trabalha mostra que o preço da arroba no mercado de São Paulo subiu de R$ 76 em janeiro para R$ 108 hoje. Nas vendas a prazo, já passa de R$ 110. Os dados do Cepea, pelo indicador ESALQ/BM&FBovespa registraram aumentos também. Só em outubro a alta foi de mais de 14%.
A alta no preço do boi gordo reflete no varejo. O preço da carne subiu porque, segundo os analistas, não tem mais gado para o abate, nem mesmo aquele criado em confinamento. O curioso é que as vendas aqui no balcão, seja na casa de carnes ou no supermercado, não diminuíram, mas poderiam ser melhores.
– Continua vendendo sim, mas não tanto quanto antes. Isso não quer dizer que eu vou perder venda ou meu faturamento mensal vai cair tanto, mas eu percebo que o público está bem abatido com este preço alto – diz a dona de uma casa de carne Sandra Mara Teixeira.
Superintende da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Tiaraju Pires diz que os estabelecimentos também perderam nestes últimos meses. A alta repassada ao consumidor ficou em torno de 15%, no máximo 18%. A metade praticamente do aumento que teve a arroba paga ao pecuarista.
– Houve uma redução na margem dos supermercados até o momento. Isso é um problema que a gente não sabe até quando vai ser possível segurar. Já está acontecendo uma migração do preço de venda de carne bovina para outros tipos de carne, como frango e carne suína. A participação da carne bovina caiu de 60% para 52% nos últimos meses – explica Pires.

Indústria de máquinas vai pedir proteção contra importações

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vai pedir ao governo a criação de preços de referência para importação. O anúncio foi feito nesta quarta, dia 27, em São Paulo. A entidade apresentou os resultados de setembro e reforçou a preocupação com o alto volume de produtos importados. No entanto, no mercado interno as vendas de maquinas agrícolas aumentaram mais de 15%.
Em setembro, a indústria de máquinas e equipamentos faturou 1,8% a mais que no mesmo mês em 2009. De janeiro a setembro, a alta é de quase 12% . Só o segmento agrícola cresceu mais de 15% em setembro e 32% nos primeiros nove meses do ano. Mas o setor não comemora. Mensalmente, a receita no geral vem caindo desde abril e, na comparação com 2008, período antes da crise, os números são negativos. Juros altos e dólar baixo são os principais motivos.
– Existem dois efeitos: um ambiente não propício para investimentos porque a remuneração financeira é maior do que a remuneração produtiva e o bolo que sobra está sendo dividido com o maquinário importado – diz o vice-presidente da Abimaq, Fernando Bueno.
Prova disso é que a balança comercial do setor é negativa desde 2004. Entre janeiro e setembro deste ano, o déficit ficou próximo de US$ 12 bilhões. O segmento agrícola ajudou a evitar um resultado pior, registrando superávit de mais de R$ 280 milhões. Para reduzir perdas, a Abimaq propõe que sejam estabelecidos preços de referência para o produto importado. Um levantamento já foi feito com 150 tipos de máquinas, incluindo agrícolas, e deve ser apresentado ao governo. A intenção é corrigir distorções.
– Tem casos de países que tem um preço médio 70% abaixo da média mundial . A OMC aceita o preço médio internacional como referência. A idéia básica seria o seguinte: o que está abaixo desse preço de referência teria uma inibição – explica Bueno.
A preocupação com a perda de competitividade também atinge os grandes fabricantes de tratores e colheitadeiras, que estão registrando queda nas exportações. No mercado interno as vendas têm sido sustentadas, principalmente, por programas de incentivo do governo. O vice presidente da AGCO América Latina, André Carioba, espera crescimento neste ano. E para 2011, ele acredita na manutenção do apoio, seja quem for o novo presidente da República.
– Apostamos que o novo governo tenha essa visão de continuar apoiando, não como a Europa apóia, subvencionando o litro de leite, mas a cadeia produtiva, para que o produtor esteja em condições melhores de uma sobrevivência mais saudável, criando riqueza para ele e, no final, para o Brasil como um todo e para a agricultura.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Soja Transgenica..

 

Soja transgênica brasileira deve chegar ao mercado em 2012

Parceria entre Embrapa, iniciativa privada e Abrasem vai possibilitar comercialização.


A primeira semente de soja transgênica desenvolvida no Brasil deve chegar ao mercado em 2012. Uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iniciativa privada e a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) vai possibilitar a comercialização.
A nova planta é tolerante a um defensivo específico, que promete combater as ervas daninhas que afetam a soja com apenas uma aplicação.
– Há as vantagens não só na redução de ervas-daninhas, mas também redução no consumo de água, combustível, entrada de tratores. Quer dizer uma otimização também na fazenda nas operações do produtor – explica o vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da multinacional alemã Basf, Maurício Russomano.
A pesquisa é uma parceria público-privada. A empresa de herbicidas criou o gene, resistente ao defensivo, e a Embrapa garantiu a inserção do material na cultura da soja. O trabalho durou 12 anos, com investimento de US$ 20 milhões.
A semente, desenvolvida pela Basf, promete boa adaptação ao solo e ao clima brasileiro. Atualmente, o mercado nacional de sementes de soja geneticamente modificada conta com a tecnologia de uma única empresa. A novidade será uma alternativa para o agricultor.
– O produtor é que, dependendo da sua situação, da sua propriedade, tem que ter a livre escolha de ver com qual tecnologia ele vai ter o maior ganho – diz o presidente da Embrapa, Pedro Arraes.
O objetivo do protocolo de intenções assinado em Brasília é fazer com que a inovação chegue ao campo.
— O nosso papel, da Abrasen, é de multiplicar essa genética e colocar na mão do produtor. Evidentemente que renda é importante para o produtor e é isso que buscamos e isso que a tecnologia vai trazer – defende o presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto.

Vem ai o La Nina..

Veranicos do La Niña exigem mais cuidado no plantio da soja

Pesquisadores da Embrapa-Soja acompanharam plantio na área comercial do projeto Lavouras do Brasil

Kátia Baggio | Londrina (PR) O plantio na área comercial do projeto Lavouras do Brasil, em Londrina (PR), foi acompanhado de perto pelos pesquisadores da Embrapa Soja. A preocupação com os veranicos que podem acontecer por conta do fenômeno La Niña exige mais cuidado com cada etapa para garantir uma colheita com poucas perdas.
A semente foi tratada com fungicida, que muitos produtores ainda não adotam regularmente. O produto, no entanto, é fundamental quando há risco de falta de água no solo.
– O produtor aqui tratou a semente com um inseticida e com um fungicida. O tratamento com o fungicida é importante e se torna mais importante ainda quando se tem a expectativa de se ter um ano com o fenômeno La Nina. O La Nina vai fazer com que chova menos, a oferta de umidade vai ser menor e, provavelmente, o ataque de fungos pode ser maior. Então, o tratamento com fungicida nestas situações é imprescindível. Além disso, ele tratou essa semente com um inoculante, que é uma fonte indispensável de nitrogênio para a soja e, para ajudar a inoculação acontecer, ele também tratou com molibdênio e cobalto – explica o consultor do projeto, Áureo Lantmann.
No caso da adubação, não se deve dispensar a análise de solo. O pesquisador da Embrapa Soja, César de Castro, lembra que o estudo garante ao produtor a quantidade certa de nutrientes que ele pode adicionar na área. A medida leva à saúde da lavoura e evita a compra de produtos desnecessários. Há casos em que é possível até dispensar o produto, mas é preciso muito cuidado.
– Existem pesquisas que dizem que, dependendo do manejo do solo e da fertilidade, se pode até deixar de adubar por uma safra, numa situação de emergência, sem prejuízo para a produção. Mas, o produtor ó pode fazer isso se ele tiver um histórico da área, áreas de plantio direto, fertilidade alta. Ele deve fazer sempre? Não, mas ele deve manter um monitoramento –explica.

A preocupação com o La Nina segue em todas as etapas do plantio. E o maquinário deve estar adequado para contribuir que a semente depositada no solo não sofra tanto efeitos de possíveis veranicos prolongados.

Dupont

DuPont tem lucro acima do esperado no 3º tri por vendas maiores


DuPont tem lucro acima do esperado no 3º tri por vendas maiores
NOVA YORK (Reuters) - A fabricante de produtos químicos, materiais de construção e produtos agrícolas DuPont apresentou lucro trimestral superior ao esperado em decorrência de aumento das vendas nas seis unidades de negócios em todo o mundo.

No terceiro trimestre, a companhia teve lucro de 367 milhões de dólares, ou 0,40 dólar por ação, comparado a 409 milhões de dólares, ou 0,45 dólar por ação, um ano antes.

Analistas esperavam, em média, lucro de 0,34 dólar por ação, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.

A receita da empresa cresceu 14,8 por cento, para 7 bilhões de dólares, ante previsão de analistas de 6,72 bilhões.

Para o fechado de 2010, a DuPont estima ganho de 3,10 dólares por ação, excluindo eventos não recorrentes, acima da projeção anterior de entre 2,90 e 3,05 dólares. Analistas estimavam lucro de 3,04 dólares no ano.

Emissões brasileiras de gases estufa aumentaram cerca de 60% entre 1990 e 2005.

As próximas estratégias do Brasil para o combate às mudanças climáticas foram apresentadas nesta terça, dia 26, em Brasília, na Reunião Anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O governo divulgou dados inéditos sobre as emissões de gases de efeito estufa. As informações serão levados à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP-16.
De 1990 a 2005, as emissões de CO2 cresceram 58% no Brasil. Entre os principais responsáveis estão o desmatamento, que emitiu 61% dos gases, a agropecuária, com 19%, e energia, que totalizou 15%. 
Os dados foram apresentados pelo governo federal, que formalizou a criação do Fundo Nacional Sobre Mudanças Climáticas. O orçamento inicial, de R$ 226 milhões, deve ser aplicado em ações que reduzam as emissões. Foram criados ainda cinco planos de combate ao desmatamento na Amazônia, Cerrado e com diretrizes para os setores de energia, siderurgia e agricultura.
– Na medida em que o Brasil vira um país importante na exportação de produtos agrícolas as pessoas percebem que cuidar do clima passa a ser uma vantagem comparativa para os produtos brasileiros em disputa com produtos de outros países que não cuidaram corretamente do meio ambiente – diz o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
O desmatamento ainda é o principal vilão das emissões nacionais de gases de efeito estufa. O setor de mudança no uso da terra e florestas é responsável por 61% do total de emissões. A agricultura aparece em seguida, com 19% das emissões nacionais e o setor de energia é responsável por outros 15%. O inventário também contabiliza emissões da indústria e do tratamento de resíduos, responsáveis por 3% e 2% do total nacional, respectivamente.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, também apresentou uma estimativa das emissões brasileiras em 2009, que não será levada à ONU. Pelos cálculos, no ano passado, o Brasil teria emitido 1,775 gigatoneladas de CO2 equivalente, 33% a menos que em 2005. A queda, segundo o ministro, se deve principalmente à redução do desmatamento na Amazônia nos últimos anos, somada à manutenção do nível de crescimento de emissões nos outros setores.
COP16
A reunião desta terça, dia 26, serviu como uma prévia para COP-16, mês que vem em Cancun. Entretanto, a expectativa é de que nenhum grande acordo seja firmado na conferência já que não existe consenso entre os 194 países participantes.
No encontro, o Brasil vai mostrar o que vem fazendo para melhorar os índices.
– As expectativas são modestas. Não há expectativa de um grande acordo, abrangente sobre todos os temas do clima, com grandes ambições – disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
– Eu não espero que os grandes líderes do mundo compareçam, porque eu acho que como não tem acordo ninguém vai querer se expor – completa Lula.

Comida de tropeiro

Comida de tropeiro

Paçoca com carne-seca, frango de romaria, mocotó cozido, arroz com pato, içá frita - tem de tudo no restaurante do Ocílio, em Silveiras, SP


Roberto Sebba
Jorge Totó, 51 anos, filho e neto de tropeiros, confere se o frango e a carne para a paçoca não foram esquecidos
Aos 72 anos, Ocílio José Azevedo Ferraz é um apaixonado pela rica cultura popular do Vale do Paraíba, região abraçada por belas serras no interior paulista e que faz divisa com dois estados, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Escritor (seis livros publicados), sociólogo, é o ofício de cozinheiro, porém, que o faz realizado e feliz. A diferença de Ocílio em relação ao modismo de parte da culinária que frequenta as rodas atuais está no casamento perfeito que ele faz entre a comida e a história do povo simples. Como os nômades tropeiros do ciclo aurífero, que saíam de Diamantina, MG, no século XVIII, com ouro e prata no lombo de burros e faziam parada nos então ranchos erguidos para recepcioná-los. Depois rumavam para o porto de Paraty, no Rio de Janeiro, onde as pedras preciosas eram embarcadas rumo à Europa. Esse roteiro é conhecido por Trilha do Ouro.

E há ainda os romeiros a carregar sua fé pelas estradas na veneração a Nossa Senhora, em Aparecida do Norte, e que vão orar também a Nossa Senhora da Santa Cabeça, em Cachoeira Paulista. Todos eles admiravam a paçoca de carne-seca salgadinha ou o franguinho caipira fácil de preparar, de carregar pelo caminho e muito saboroso, o “frango de romaria e dos tropeiros”. Para os tropeiros, a comida tinha de ser seca e durável, já que as viagens eram longas.


Roberto Sebba
O franguinho colocado pelos nômades nos alforjes antes de pegar a Trilha do Ouro, entre Ouro Preto, MG, e Paraty, RJ
“As tropas que traziam o ouro vinham com dez, 20 burros. Antes das estradas de ferro, e muito antes dos caminhões, o comércio em geral era feito pelos tropeiros e suas mulas. Eles apeavam nos pequenos povoamentos ao longo da jornada para descanso, troca de burros, compra de mercadorias e para comer. Os mineiros, por sinal, deixaram por herança um prato que virou símbolo: o feijão tropeiro. As misturas pedidas para acompanhar o feijão, seja dos que vinham das lavras das Gerais ou de outras direções, eram o frango e a carne-seca”, relata Ocílio. Segundo ele, os viajantes se fartavam, ouviam música e depois desapareciam novamente nas montanhas com a matula (comida) devidamente acomodada nos alforjes. “Pelas estradas, ao reacender a fome, os homens estendiam folhas de bananeiras sobre cestas de taquara, colocavam sacos alvinhos por cima e amoleciam a comida em água quente.”

“As comitivas passavam por aquela trilha ali”, aponta Ocílio para um caminho de roça e terra batida, quase à porta do restaurante Fazenda do Tropeiro, de comidas regionais, que ele mantém em Silveiras, um centenário e mítico ponto de passagem das tropas. “Silveiras de rancho virou um vilarejo e depois cidade. Isso ocorreu com diversas outras localidades do Vale do Paraíba. Eu costumo dizer que todo vale-paraibano tem ramificações nessas comitivas de gente audaciosa.” Um dos antepassados de Ocílio, por sinal, Anacleto Ferreira Pinto, era comprador de burros em Sorocaba, SP. “Ele trazia centenas - uma vez vieram 400 animais - e esperava as tropas aqui em Silveiras para fazer negócio. Isso faz do tropeirismo minha essência.” Em Silveiras, formou-se então um centro de serviços (havia 16 ranchos) com celeiros, ferreiros, cesteiros, cangalheiros, trançadores de couro, domadores, catadores de ferraduras. Era uma efervescência só.

Quem registrou a vida errante e sofrida do tropeiro em suas obras foram o escritor Monteiro Lobato, nascido em Taubaté, e o grande Mazzaropi, que adotou como sua a mesma cidade. Taubaté é considerada por Ocílio a fonte irradiadora da cultura e dos hábitos seculares dos habitantes do Vale do Paraíba.


Roberto Sebba
A carne é cozida na panela (de preferência, em fogão a lenha) e depois desfiada ainda quente para compor a paçoca
O franguinho caipira é um dos pratos mais requisitados no restaurante do Ocílio. Leva banha de porco, dentes de alho, calda de limão, pimenta-do-reino, cebola e é caprichosamente cozinhado no fogão a lenha pela dona Francisca, uma auxiliar antiga e delicada. Quando sai do fogo, é adicionada farinha de milho ou de mandioca. “É do gosto de cada um a escolha de uma ou de outra farinha.” O restaurante serve ainda, entre outras delícias típicas, paçoca de carne-seca, arroz com urucum, carne à moda da Bocaina (serra que a tropa percorria antes de chegar ao Rio de Janeiro), frango à moda dos moreiras, afogado, mocotó cozido, arroz com pato e pato com pitanga. Cada prato tem sua história – que é contada por Ocílio.

O povo da região gosta demais de uma iguaria que hoje pouco se ouve falar dela nos grandes centros urbanos: a farofa de içá. São formigas do tipo içá, e leva óleo, sal e farinha de mandioca no preparo. Importante: antes da fritura, as asas, as pernas, a cabeça e o ferrão são retirados, permanecendo só a bundinha do içá. Fica crocante. “Em novembro, quando Tupã se enfurece e vêm as trovoadas, as panelas de içá começam a estourar, dando início a uma grande tradição do povo do Vale do Paraíba, que é a caça às içás”, narra Ocílio. E novembro é o mês em que o restaurante promove o Festival da Içá, iguaria alimentar dos indígenas que habitaram o vale.

O livro mais conhecido de Ocílio, que é titular da cadeira 17 da Academia Brasileira de Gastronomia, leva o título de São Paulo – Caminhos da colonização: viagem de tropeiros entre serras. Nele, o cozinheiro historiador mostra que grande parte das famílias do Vale do Paraíba é da árvore dos tropeiros. A trilha do ouro trouxe viajantes de Minas Gerais e muitos se radicaram por lá. Mais tarde, com a decadência da mineração, foi a vez de o “ouro verde”, o café, expandir-se pelo Vale do Paraíba e por Minas Gerais. O ciclo do café também entrou em inexorável declínio.
Roberto Sebba
Escritor e sociólogo, Ocílio Ferraz se esmera no preparo de quitutes caboclos como a paçoca e o franguinho caipira
Ocílio resume: “O ouro e o café passaram com a riqueza e deixaram pobreza no rastro”. No entanto, brota hoje no vale com força o que ele chama de turismo de cultura. “Chegou para ficar. É notório o incremento do artesanato, da dança, da música e dos restaurantes de comidas típicas na região. Aqui mesmo, n’O Tropeiro, o movimento aumentou mais de 10% de um ano para cá”, diz. Segundo Ocílio, que faz palestras em universidades pelo país afora, com o bolso mais recheado, o brasileiro tem transitado internamente e mostrado interesse em conhecer suas origens.

Roberto Sebba 

Paçoca de carne-seca
Serve: 5 pessoas | Tempo de preparo: cerca de 1 hora | Dificuldade: média
Ingredientes
400 g de carne-seca picada
1 xícara e meia de cebola picada
3 dentes de alho
2 tomates
1 xícara de farinha de milho ou de mandioca
½ xícara de pimentões
2 colheres de óleo de milho ou de soja
sal e salsinha a gosto
água

Como fazer
Coloque a carne-seca de molho num recipiente com água fria, trocando-a a cada quatro horas, por três vezes, para retirar o excesso de sal. Depois, numa panela, cozinhe a carne na água (o suficiente até cobri-la em fogo médio) por dez minutos, ou até ferver. Desfie ainda quente. Enquanto isso, refogue a cebola, o sal e o tomate no óleo e acrescente o pimentão. Junte a carne desfiada. Coloque a salsinha e transfira a mistura para um pilão e soque com a farinha até obter a farofa.
Roberto Sebba
Retratos da história do vale: o velho alforje, a ferradura gasta que ficou no vilarejo e a caveira do boi
 
MAIS INFORMAÇÕES: Restaurante O Tropeiro, tel. (12) 3106-1103, www.restaurantedoocilio.com.br

Previsao do tempo Guaira

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Boi gordo tem valorização no Mato Grosso do Sul


A falta de animais para abate, intensificada pela pequena quantidade de confinamentos em Mato Grosso do Sul, reajustou o preço do boi gordo no estado. De acordo com Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria, a arroba é negociada a R$ 95, a prazo, livre de imposto.

Nos últimos dias, houve uma aproximação de preços entre as cotações do boi gordo em Barretos, SP, e Campo Grande, MS. Na última semana, no entanto, as cotações em São Paulo tinham subido com mais força, o que alongou o diferencial de base no Mato Grosso do Sul.

”Sendo assim, mesmo com a alta no estado vizinho, o diferencial de base de Campo Grande em relação a Barretos, -5,9%, está mais alongado que a média em 2010, de -4,3%”, afirma Neto.

Na última terça-feira (19/10), ocorreu o maior distanciamento entre os preços de Campo Grande e Barretos em 2010. O diferencial estava em -7,1%.