John Deere

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A força do campo

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Efeitos do La Niña podem reduzir ainda mais a produção de soja na Argentina

Especialistas estimam que a produção de soja na Argentina pode ser até 16% menor do que o governo esperava. Efeito do fenômeno La Niña que provoca seca em várias províncias do país vizinho e também prejudica outras culturas e a pecuária.
O sul de Corrientes é uma das regiões mais prejudicadas pela seca. Na fazenda Timboy, próxima a fronteira com o Brasil e com o Uruguai choveu apenas 28 milímetros em dezembro. O gado só encontra pasto em áreas próximas às barragens.
Na lavoura de milho, no próximo ano provavelmente vai ser plantado arroz. Há dois anos os produtores tentam investir na cultura, mas resolveram desisitir por causa da seca.
E até mesmo as lavouras irrigadas são motivo de preocupação. O arroz só germinou porque o solo foi molhado. A dúvida é se a água armazenada vai durar até o fim do ciclo da cultura. Nas lavouras de soja o cenário é ainda mais preocupante. As chuvas irregulares já comprometem a produtividade. O solo está rachado, e sem água as plantas não conseguem formar os grãos.

– Estamos sensivelmente abaixo das médias normais desses últimos meses. E as previsões com o efeito do La Niña não são favoráveis. Então o que se produz na região é em algumas zonas definidas onde choveu bastante, mas em outros lugares não choveu nada – explica Luis Volpato, agrônomo do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina.
A estimativa pessimista do ministério da agricultura argentino era colher 52 milhões de toneladas nesta safra. Três milhões a menos que a anterior. Mas os técnicos estimam que a produção pode ser até 16% menor do que a projetada pelo governo. Na fazenda na qual trabalha o capataz Ricardo Passarella, o temor é de que se perca tudo o que não foi plantado se não chover nos próximos dias.
– A seca está muito forte! Não sabemos se a planta ainda vai se desenvolver e formar grãos que possam dar bons quilos para colher. Se não, nem vale a pena – lamenta o administrador da propriedade.
Com a projeção de menor oferta da soja no mercado mundial o preço da commoditie tem se mantido em alta.
– Menos oferta, menos produção, consumo forte ao redor do mundo, principalmente pela China, consequentemente preços mais altos. É o que está acontecendo – finaliza Luis Volpato.

Preços da soja e do milho devem se acomodar em 2011

Analistas acreditam que mercado esteja se reequilibrando nos primeiros dias de negócio do ano



Depois de um período de valorização, analistas acreditam que o mercado esteja se reequilibrando nos primeiros dias de negócio do ano. Commodities como soja e milho tiveram fortes altas nas cotações no segundo semestre de 2010. Isto ocorreu parte pela queda do dólar e parte por problemas climáticos, como a quebra na produção de trigo na Rússia. Porém, a tendência é de que os preços se acomodem pelo menos no primeiro semestre deste ano.
Segundo o analista de mercado Fernando Pimentel, primeiro é preciso esperar a safra norte-americana para depois traçar o rumo dos preços do milho. O mercado em 2010 foi marcado por uma alta demanda pelo grão, o que influenciou os preços. Só no segundo semestre, a saca de 60 quilos na BM&FBovespa teve uma valorização de quase 50%. A perspectiva é de acomodação do mercado.
Já o consultor de mercado Marcelo Bartholomeu acredita que em 2011 os preços do milho vão ficar abaixo da média. Para ele, os valores praticados atualmente pelo mercado estão somente 4% acima dos negociados nos últimos cinco anos aqui, em torno de R$ 22 a saca.
Na soja, a expectativa de Pimentel é de que a demanda da China e os volume de estoques, principalmente nos Estados Unidos, mantenham maior influência sobre o mercado, pelo menos nesta primeira metade do ano.
Bartholomeu avalia que a demanda continua aquecida. Sendo assim, o cenário nos Estados Unidos e na Argentina merecem a atenção do produtor brasileiro neste momento.