John Deere

John Deere
A força do campo

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Produção de máquinas agrícolas cresce 34% em 2010

Volume de vendas do setor é o melhor desde 1976, de acordo com a Anfavea


 Shutterstock
A produção nacional de máquinas agrícolas chegou a 88.742 unidades em 2010, alta de 34% frente a 2009. Em dezembro foram fabricadas 4.096 unidades, queda de 33,5% sobre o mesmo mês de 2009. Em relação a novembro, houve redução de 44,1% na produção do setor, que contabilizou 7.332 máquinas agrícolas naquele mês. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (06/01) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

As vendas de máquinas agrícolas no mercado interno não devem crescer este ano, em comparação com 2010. No entanto, o crescimento zero pode ser considerado um resultado positivo, segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea. "O ano de 2010 já foi um ano muito robusto, o melhor desde 1976 para o setor. Já é um resultado muito bom manter o nível de vendas de 2010", disse.

No ano passado, as vendas de máquinas agrícolas cresceram 23,8% na comparação com 2009. Foram comercializadas 68,5 mil unidades. Entre as máquinas agrícolas nacionais, o crescimento das vendas no mercado brasileiro foi de 26,1% na comparação com 2009. Já as vendas de máquinas agrícolas importadas recuaram 49,5%.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Fábrica de leite

Fazenda São José, de Tapiratiba, SP, uma das precursoras do agronegócio no país, produz 65 mil litros por dia e acaba de ser premiada com o Balde de Ouro da pecuária


Rogério Cassimiro
Funcionário fiscaliza uma das ordenhas; volume de leite vai saltar de 65 mil litros por dia para 90 mil
O pecuarista está de pé numa sala do prédio que abriga a ala administrativa da Fazenda São José, em Tapiratiba, cidade do sudeste de São Paulo, na divisa com a mineira Guaxupé. A sua frente, separados por paredes de vidro, têm-se a visão panorâmica dos gigantescos e modernos galpões de aço cobertos onde as vacas são ordenhadas mecanicamente. Elas produzem 65 mil litros de leite ao dia, maior volume do Brasil. Atrás, e também ao alcance da vista do fazendeiro, está o laticínio no qual são fabricados derivados como iogurtes e queijos e envasada uma renomada marca de leite tipo A, a Fazenda Bela Vista.
Orostrato Olavo Silva Barbosa, mais conhecido pela junção do segundo nome com o sobrenome – Olavo Barbosa –, foi reeleito o maior e melhor produtor de leite do país, ganhando o troféu Balde de Ouro, que foi entregue no mês passado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite), realizada na capital paulista. Ele completou 87 anos de idade e, excluindo dez de trabalho como empregado numa empresa exportadora de café na década de 1940 do século passado, em Guaxupé, onde nasceu, 71 anos são dedicados “aos altos e baixos” da pecuária.

Olavo, tido por especialistas como um dos precursores do agronegócio leite no Brasil, recebeu a reportagem na fazenda, no dia 19 do mês passado, na companhia do neto, Sergio, de 34 anos, diretor da empresa e seu sucessor na condução da propriedade e dos negócios. A memória estava afiada. Ele discorreu sobre as dificuldades nos primeiros anos de atividade, quando, com gado gir “pé-duro” e ordenha manual, produzia apenas 70 litros ao dia; as viagens aos Estados Unidos e Europa em busca de novas tecnologias; as importações de vacas de alta lactação em aviões fretados e lotados; a construção de estábulos e silos cada vez maiores e melhor adaptados; enfim, sobre a sua epopeia de homem de origem simples ao hoje produtor de quase 2 milhões de litros de leite ao mês; tudo vinha à tona em detalhes. Ao final da prosa, Olavo desceu as escadas e se encaminhou ao galpão para a sessão de fotos ao lado das férteis vacas da raça holandesa. Ali estava em casa.
À vontade, mostrou o porquê de ser considerado o número 1 e, generoso, concordou em dar dicas aos iniciantes. “A pecuária de leite é cheia de momentos de crise e momentos bons, o que nos obriga a manter sempre o pé no chão. Muito capital não é sinônimo de êxito. Para vencer na atividade, é fundamental o aprendizado diário. Estar perto dos animais e ouvir os funcionários. Junto à dedicação extrema, são partes de meus segredos.”
Rogério Cassimiro
Os bezerrinhos da raça holandesa consomem cerca de 1,8 mil litros de leite a cada dia na fazenda São José
Para compreender o dia a dia na Fazenda São José e os fatores – tecnologia, manejo, comida, genética, “dedicação” – que lhe garantiram a liderança do Balde de Ouro, é necessário deixar de lado referências acerca da produção média da pecuária brasileira. Todos os números são superlativos na São José. Causam impacto. Os 65 mil litros de leite produzidos a cada dia são extraídos de 2.430 vacas holandesas em lactação, o que dá uma média de 26 litros por cabeça – para ter ideia, a média do país fica em torno de cinco litros ao dia. O rebanho total da São José é de 6 mil cabeças, compreendendo bezerros, novilhas, vacas secas, etc. Todo esse gado consome 135 toneladas de comida por dia (silagem de milho, pré-secado e feno de tifton, milho, farelo de soja, etc.) e bebe ao redor de 900 mil litros de água, quantidade superior a de muitas cidades pequenas.
Olavo Barbosa, que entregava o leite à indústria no ano em que iniciou a atividade – 1960, antes ele ajudava o pai na exploração do café com leite –, passou a pasteurizar e envasar na década de 1980, agregando valor. Surgiu então o leite Fazenda Bela Vista – em garrafa plástica, quando os leites pasteurizados eram vendidos em saquinhos, e cujos 50 a 55 mil litros ao dia são distribuídos hoje principalmente na Grande São Paulo, onde a empresa tem seu entreposto particular, e em outras regiões. No total, são feitas 2 mil entregas diárias. Dá 60 mil entregas ao mês em frota própria. Foi em 2005 que teve início o processo de fabricação de queijo parmesão, minas frescal, ricota, requeijão e iogurtes. “Destinamos de 10 mil a 15 mil litros de leite ao dia para os derivados. Assim, fechamos o ciclo, e toda a litragem é industrializada aqui mesmo”, informa o neto e agrônomo Sergio Ferraz Ribeiro Filho.
Ele “traz no sangue meu amor e a dedicação ao leite”, afirma Olavo. Segundo Sergio, não fossem a agregação de valor e a escala, a São José trabalharia no vermelho. “Os custos são altos. Uma vaca bebe 120 litros de água ao dia e come de 38 a 40 quilos de volumoso e concentrado para produzir 25 litros de leite.” Ele diz que vende o litro de leite a 2,20 reais e que os custos são altos. “Afora os derivados, comercializamos animais em leilões.” Sergio administra a fazenda junto com o avô e o veterinário Mauro Ribeiro, de 56 anos, que é diretor pecuário (sua carteira de trabalho registra 31 anos na São José). Olavo Barbosa conta que o projeto ganhou dimensão gigante e escala a partir de 1987, quando passou a funcionar o sistema free stall, que demorou quatro anos para ser instalado e foi o primeiro do país. “Era e continua sendo a última palavra em se tratando de tecnologia”, diz.
Nesse sistema, que Olavo conheceu na Califórnia, Estados Unidos, onde era usado pelas grandes propriedades leiteiras, e pelo qual desembolsou 2 milhões de reais, as vacas são inteiramente confinadas. “O free stall exige que se trabalhe com fêmeas de alta genética. Aqui, o rebanho é 85% de holandês PO (puro de origem) e 15% holandês PC (puro por cruza)”, explica Olavo. Como a proposta era fazer volume, ele trouxe dos EUA na ocasião embriões, sêmen e 300 novilhas holandesas. Foi ainda à Castrolanda, em Castro, buscar a boa genética do Paraná.
Rogério Cassimiro
Olavo, 87 anos: leite e café são as paixões, mas a marca Bela Vista envasa também suco de laranja
As salas de ordenha são inteiramente informatizadas, fabricadas em aço inox e capazes de ordenhar, cada uma, 50 vacas por vez, ou 275 animais por hora. Impressiona. Em número total de 13 galpões, os free stalls (baias livres) têm capacidade para 3 mil vacas. “A mudança significou um salto na produção de leite de 12 mil para 20 mil litros em um curto espaço de tempo, visto que houve uma remodelação total no manejo, com as fêmeas sendo transferidas do sistema de pastejo rotacionado, praticado até então, para o confinamento absoluto, comendo no cocho o ano inteiro”, diz Olavo.

E a São José cultiva meta de incrementar a produção. “A intenção é saltar dos 65 mil para 90 mil litros de leite ao dia, com 3 mil fêmeas em lactação, e ocupar toda a capacidade dos free stalls”, informa Sergio Ribeiro. Nessa trilha, Sergio adianta que de 1990 para cá o rebanho foi sendo “fechado”, ou seja, só incorporava cria da fazenda. Além disso, com o passar do tempo, aumenta o número de crias puras, pois as vacas PO são em maior quantidade, e as PC vão sendo afastadas. A fazenda faz inseminação artificial e transferência de embrião há décadas, e Sergio lembra que, há apenas cinco anos, o rebanho era 60% PO e 40% PC. Também há meia década eram efetuadas duas ordenhas ao dia – na comparação com as três atuais. “Meu avô nunca vendeu fêmeas visando ao aprimoramento do plantel, ao incremento na produção e à alta qualidade do leite.” A reposição gira em torno de 25% a 30% ao ano, e todo o rebanho é renovado a cada três ou quatro anos, num ritmo acelerado.


Rogério Cassimiro
Sérgio, 34 anos, neto e sucessor, à frente do imenso bezerreiro coletivo
A fazenda possui área de pouco mais de 3 mil hectares, sendo 700 ocupados pela plantação de milho para silagem e 240 pela grama tifton, que entra numa porcentagem de 30% da dieta como feno e pré-secado. A tifton facilita a ruminação do animal e previne contra distúrbios metabólicos. Tem ainda uma fábrica de ração com estoque de 53 mil sacas de milho – o gado come de 80 mil a 100 mil sacas ao ano. Verdadeira indústria a funcionar dia e noite num ritmo febril, a reserva de comida é para seis meses. Já com o gado são usados 1.400 hectares, entre 200 piquetes e outras instalações, como o galpão maternidade, onde os funcionários cercam o bezerrinho de cuidados antes mesmo do nascimento.
As gestantes são isoladas a cinco dias da parição, e os trabalhadores ficam em vigia permanente durante 24 horas. Às primeiras contrações, as fêmeas são transferidas para uma baia individual onde dão à luz. São entre 250 e 400 partos por mês, em média, informa Sergio. Segundo ele, após nascer, a cria permanece com a mãe por 12 horas, e nesse período a primeira mamada é de um colostro especial, de muita qualidade e que é congelado e pasteurizado. “Garante imunidade alta.” Separado da mãe, o filhote é encaminhado a um bezerreiro individual, e a dieta é reforçada à base de cinco litros de leite ao dia, ração peletizada e água. Aos 60 dias de vida, entram no bezerreiro coletivo agrupados em lotes de 22 a 25. “É um local amplo. Suas instalações são funcionais, os corredores facilitam a limpeza, e os animais têm espaço”, explica o agrônomo.
Nessa idade, a bezerrada começa a comer feno de tifton à vontade e palha de arroz é empregada como cama. Depois de 180 dias, esses animais – eram 400 no mês passado – saem para os piquetes e passam a comer no cocho. As fêmeas vão para a cria, e os machos são abatidos. Já com 330 quilos e entre 13 e 14 meses de idade, elas são inseminadas. “A maturidade sexual é atingida cedo”, afirma Sergio. Numa área de 500 hectares, é plantado café para exportação. Leite e café são as paixões de Olavo Barbosa. Em 1970, ele fundou a Exportadora de Café Guaxupé e, junto com sua família, possui dez fazendas cafeeiras. Agrega ainda produtos como o suco de laranja Bela Vista, que é muito conhecido.
Rogério Cassimiro
As salas onde as vacas são ordenhadas - 275 animais a cada hora - têm controle computadorizado
Outra novidade na Fazenda São José é o funcionamento intercalado de ventiladores e de aspersores nos estábulos, descoberta que proporciona bem-estar ao animal. Por 30 segundos, os aspersores despejam por um bico grosso 1,5 litro de água em cada vaca. Na sequência, os ventiladores são acionados nos costados das fêmeas por igual tempo. “Elas são refrescadas, e o stresse térmico diminui. A vaca holandesa não gosta do calor intenso”, explica Sergio. O “refresco” é proporcionado a cada 15 minutos. Segundo o agrônomo, o foco na qualidade máxima levou a São José a adquirir um laboratório de células somáticas já há 12 anos. O aumento de células somáticas no sangue indica a presença da doença chamada mastite, que é um processo inflamatório no úbere das vacas bastante temido pelos fazendeiros.
Sergio diz que há anos a São José efetiva ações voltadas para a preservação do meio ambiente. As 40 toneladas diárias de esterco produzidas pelo dejeto dos animais, por exemplo, são decantadas em tanques que reaproveitam também 1 milhão de litros de água. A parte líquida formada vai fertirrigar, por meio de pivôs centrais, as lavouras de milho. “O Rio Guaxupé, que passa pela propriedade, fica protegido dos dejetos,” afirma Sergio.
Rogério Cassimiro
Linha de produção do leite Fazenda Bela Vista: 55 mil litros são distribuídos em SP e outras regiões
Para o veterinário Mauro Ribeiro, foi também a verticalização do agronegócio leite que fez a marca levar o Balde de Ouro. “É o diferencial da São José. Aqui mesmo se produz o alimento do gado e são feitos os acasalamentos para a melhoria genética. O leite é industrializado e até as embalagens, biodegradáveis, são confecções próprias. Finalmente, a fazenda coloca todos os seus produtos diretamente na mesa do consumidor e com bastante qualidade.” É o agronegócio em funcionamento pleno, diz.


Rogério Cassimiro
As vacas prenhas são vigiadas durante 24 horas a cinco dias da parição
A SÃO JOSÉ EM NÚMEROS
Produção de leite – 65 mil litros/dia
Vacas em lactação – 2.430 cabeças
Média de produção/vaca/dia – 26 litros
Consumo de silagem e feno – 135 toneladas/dia
Consumo de água – 900 mil litros/dia
Produção de esterco – 40 toneladas/dia
Rebanho total – 6 mil animais
Mão de obra – 56 funcionários
Leite consumido pelos bezerros – 1.740 litros/dia

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Fronteira do RS com Uruguai continua sem previsão de acumulados de chuva que revertam a seca

QUARTA, DIA 5
SulNesta quarta, as chuvas atingem preferencialmente o sul e leste do Paraná, Santa Catarina e o centro, oeste e norte do Rio Grande do Sul. Novamente, não há previsão de acumulados elevados que revertam a seca da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. As chuvas fortes desta quarta atingem o norte do Rio Grande do Sul, centro e norte de Santa Catarina e o leste do Paraná, com acumulado que oscila em torno dos 20mm. A temperatura permanece elevada em toda a região nesta quarta.
SudesteProsseguem as chuvas sobre todo o Sudeste, sendo intensas na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro e de São Paulo com Minas Gerais. Mesmo assim, o calor retorna ao Estado de São Paulo. Por outro lado, a temperatura máxima permanece baixa no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Centro-OesteNa quarta, prosseguem as chuvas generalizadas, porém mais intensas que as de terça. Os maiores temporais atingem o norte de Mato Grosso, com acumulado de mais de 60mm. Apenas no centro e sul de Mato Grosso do Sul, o risco de chuva é menor nesta quarta. O calor predomina em todo o Centro-Oeste, indicando que, pelo menos em um dia, não haverá invernadas.
NordesteNesta quarta, as chuvas passam a atingir toda a região Nordeste. Entretanto, as chuvas generalizadas concentram-se apenas sobre o oeste da Bahia, Maranhão, Piauí e o Ceará. O acumulado será maior no leste do Ceará e varia entre 20mm e 30mm. O calor passa a predominar em toda a região, indicando o término na invernada no interior da Bahia.
NorteNa quarta, chove em grande parte da região, com exceção de algumas localidades do Acre e Amapá. Os temporais atingem o Tocantins e Pará. Em Novo Repartimento, no Pará, o acumulado passa dos 75mm ou 25% da média do mês de janeiro. Faz calor em boa parte da região Norte, com exceção do leste do Pará.
Confira a previsão para os próximos dias
SulNa quinta, as chuvas na forma de pancadas isoladas atingem o Rio Grande do Sul, centro e leste de Santa Catarina e o leste e norte do Paraná. De uma forma geral, o acumulado será baixo. Apenas na Serra de Santa Catarina e no litoral do Paraná, chove de forma mais intensa, com acumulado em torno dos 20mm. Faz um pouco de frio na madrugada no centro e sul do Paraná. Já à tarde, o calor predomina em toda a região, com máxima de mais de 35°C no Rio Grande do Sul. Na sexta, destaca-se a chuva forte, porém isolada, no extremo oeste do Rio Grande do Sul e no nordeste do Paraná. O acumulado varia entre 20mm e 40mm. No sábado, destaca-se a chuva intensa no centro, leste e norte do Paraná, com acumulado que varia entre 20mm e 60mm. Também chove forte, porém de forma isolada, no sul do Rio Grande do Sul. Apesar do acumulado de 20mm, a estiagem não é revertida com esta precipitação.
SudesteNesta quinta, nada muda e as chuvas fortes atingem a divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro e de São Paulo com Minas Gerais. Também chove forte no sul e leste de São Paulo, inclusive na Grande São Paulo. Uma novidade em relação aos dias anteriores é que as chuvas ficam mais isoladas sobre o centro e leste de Minas Gerais. Já no Espírito Santo, apesar do baixo acumulado, a chuva será generalizada nesta quinta. O excesso de nuvens deixa a temperatura máxima baixa em boa parte de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e interior dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Na sexta e no sábado, a chuva forte atinge boa parte de São Paulo e o oeste e sul de Minas Gerais. Entre 9 e 13 de janeiro, chuvas fortes atingem todo o Sudeste, com acumulado de mais de 100mm no nordeste de São Paulo, oeste e sul de Minas Gerais e centro e sul do Rio de Janeiro.
Centro-OesteNa quinta, voltam as invernadas a Goiás, Distrito Federal e leste e noroeste de Mato Grosso (chuva constante e temperatura máxima mais baixa). Os maiores acumulados concentram-se sobre o sudeste e noroeste de Mato Grosso. Por outro lado, no sudoeste e sul de Mato Grosso do Sul, o risco de chuva é menor. A temperatura volta a ficar baixa no norte da região, porém o calor de mais de 35°C predomina em Mato Grosso do Sul. Na sexta, destaca-se a chuva forte prevista no nordeste de Mato Grosso do Sul. No sábado, a novidade fica por conta da volta das chuvas generalizadas ao Mato Grosso do Sul, inclusive sul do Estado. Entre 9 e 13 de janeiro, a previsão é de chuvas em todo o Centro-Oeste, com acumulado que passa dos 100mm no oeste de Mato Grosso do Sul, sudoeste e nordeste de Mato Grosso e no norte de Goiás.
NordesteNesta quinta, as chuvas atingem todos os Estados, sendo generalizadas no litoral sul da Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará e nos Estados do leste do Nordeste. Os maiores acumulados concentram-se sobre o leste do Ceará e o Maranhão, variando entre 20mm e 30mm. O calor predomina em toda a região Nordeste. Na sexta, destaca-se a possibilidade de temporais na costa de Pernambuco e da Paraíba. No sábado, as chuvas fortes atingem a costa do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco. Entre 9 e 13 de janeiro, a previsão é de chuva em todo o Nordeste, sendo mais intensa no sudoeste e oeste da Bahia, Maranhão, Piauí e na costa entre o Ceará e Rio Grande do Norte.
NorteNa quinta, prosseguem os temporais localizados sobre o Pará, Amazonas e Roraima. Também volta a chover forte em Rondônia. Entre 7 e 11 de janeiro, chove em toda a região Norte. O acumulado varia entre 70mm e mais de 130mm no Tocantins, Pará, Amapá, Amazonas e Roraima.

Seca prejudica produção de soja na Argentina e eleva preço internacional do grão

Commodity já beira os US$ 14 o bushel, valor não registrado desde junho de 2008


Marina Lopes / 
Capataz de uma fazenda na Argentina, Ricardo Passarella não sabe se chegará a colher a área plantada 


Ainda que o governo argentino tenha estimado uma colheita de 52 milhões de toneladas de soja, especialistas projetam que a safra seja de 43 milhões de toneladas – 21,8% a menos do que em 2009. A previsão de escassez do produto movimenta o mercado internacional, gerando elevação no preço da commodity, que beira os US$ 14 o bushel, valor que a Bolsa de Chicago não registrava desde junho de 2008. O aquecimento no mercado anima produtores do sul do Brasil.
Pasto amarelado, gado magro, plantações de diversas culturas secas. Assim é o cenário das terras argentinas a poucos quilômetros da fronteira com a cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Localizada em uma das regiões mais castigadas pelo fenômeno La Niña, a estância Timboy, em Monte Caseros, a 400 quilômteros de Buenos Aires, já calcula os prejuízos. O capataz da propriedade, Ricardo Passarella, diz que, dos 230 hectares de soja plantados normalmente em setembro, neste ano, só foram semeados cem.
– Ainda nem sabemos se vamos colher nesta área porque a planta está pouco desenvolvida para a época devido à seca – diz Passarella.
Com um olho na lavoura e outro nas cotações das bolsas internacionais, o agricultor Pedro Margutti, 60 anos, acompanha animado o desenvolvimento dos 200 hectares de soja, em Bozano, no noroeste gaúcho. A expectativa de Margutti é superar as 59 sacas por hectare colhidas no ano passado.
Levantamento da Emater aponta que o plantio de soja no Rio Grande do Sul está quase finalizado. O desenvolvimento das áreas já plantadas é considerado normal. Por hora, a seca afeta só a região sul. Nessa segunda, dia 3, o município de Herval decretou situação de emergência.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Crédito para estocagem de produtos agrícolas atinge R$ 10,1 bilhões

Recursos do Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2010/2011 foram liberados de julho a dezembro de 2010

Para investir na estocagem de produtos agrícolas, os agricultores brasileiros já contrataram R$ 10,1 bilhões dos recursos disponíveis para comercialização na safra 2010/2011. O valor, liberado de julho a novembro deste ano, faz parte do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) direcionado a agricultura empresarial.
– Investir no armazenamento possibilita que o agricultor aguarde o melhor momento para comercializar seus produtos – explica Edilson Guimarães, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
O governo aplicou também, em 2010, R$ 1,45 bilhão na execução da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Os recursos foram utilizados para apoiar a comercialização de mais de 15,7 milhões de toneladas de milho, trigo, feijão, arroz e sisal. A maior parte das operações foi direcionada ao milho (12,4 milhões de toneladas) e trigo (três milhões de toneladas). Além disso, foram gastos mais R$ 400 milhões na manutenção dos estoques governamentais, incluindo frete, impostos e seguros.

Para complementar o abastecimento interno e regularizar os preços, o Ministério da Agricultura ainda colocou à venda 714 mil de toneladas de milho e 20 mil de toneladas de feijão dos estoques públicos.

Saiba mais
O governo federal executa a intervenção no mercado agrícola por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Lançada em 1966, a PGPM ainda exerce papel relevante na política agrícola brasileira e consequentemente nas decisões do produtor sobre o plantio da sua lavoura.
– Por essa política, o governo garante que o agricultor receba pelo menos o seu custo de produção e, com isso, pode diminuir a volatilidade de preços, assegurando sua renda e remuneração – afirma Guimarães.
Quando foi criada a PGMP, havia dois instrumentos de operação: o Empréstimo do Governo Federal (EGF), linha de crédito com base no preço mínimo para estocagem do produto, e a Aquisição do Governo Federal (AGF), mecanismo pelo qual o governo compra diretamente dos produtores para formar estoques públicos e vendê-los no mercado, conforme a demanda. Os mecanismos, que existem até hoje, servem para tirar o excedente da colheita do mercado, estocando-o até a entressafra.
A partir de 1991, foi desenvolvido novo formato para que o governo realizasse intervenções na comercialização agrícola do País. O trabalho resultou na criação de instrumentos de equalização de preços e em ações mais próximas do comportamento do mercado, envolvendo maior volume de produção amparada e número mais expressivo de produtores beneficiados. Hoje, existem nove mecanismos de apoio à comercialização e de abastecimento operados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre eles, o EGF e a AGF. (Inez De Podestà)
Entenda os instrumentos de apoio à comercialização e de abastecimento:
Venda do estoque público: é realizada por meio de leilões para regular o abastecimento e o preço dos produtos agrícolas na região de origem do depósito.
Valor de Escoamento de Produto (VEP): é um leilão de venda de estoque público. Neste caso, o governo paga uma subvenção, chamada de prêmio, para que o produto seja escoado para uma região determinada, com dificuldade de abastecimento.

Prêmio para Escoamento de Produto (PEP): é concedido prêmio pelo governo à agroindústria ou cooperativa que adquire o produto pelo preço mínimo diretamente do produtor rural e o transporta para região com necessidade de abastecimento. Este instrumento desonera o governo da obrigatoriedade de comprar e estocar o produto.
Prêmio de Equalização Pago ao Produtor (Pepro): é concedido pelo governo ao produtor um prêmio equivalente a diferença entre o preço de sua venda ao mercado e o preço mínimo.
Contrato de Opção de Venda Pública de Produtos Agrícolas: é um contrato negociado pelo governo que permite ao produtor vender a sua produção para os estoques públicos em data futura por um preço previamente fixado (preço de exercício). Funciona como um seguro ao produtor contra a queda de preços e permite melhorar também os preços ao consumidor.
Recompra ou Repasse de Contrato de Opção de Venda: é realizada uma reversão dos contratos de opção do governo para um agente privado, mediante a oferta de subvenção financeira equivalente à diferença entre o preço de exercício e o preço de mercado.

Prêmio de Opção de Venda Privado de Produtos Agrícolas (Prop): é o setor privado quem lança as opções e assume o risco de pagar pelo produto um preço superior ao vigente no mercado. O governo oferta, por meio de leilão, subvenção para limitar o risco da empresa lançadora dos contratos. Os agentes privados se comprometem a ofertar aos produtores os contratos de opção de venda.
Linha Especial de Crédito de Comercialização (LEC): é um financiamento para produtos que não constam da PGPM, com a possibilidade de operação com preço próximo ao de mercado. A LEC possibilita o financiamento para carregamento (transporte) de estoques.
O governo federal também recorre a mecanismos capazes de atrair o capital privado para o financiamento da atividade agrícola e para o apoio à comercialização. Tratam-se de títulos de crédito especialmente desenvolvidos para financiar o agronegócio.

– A ideia é estimular o investidor urbano, seja ele um pequeno poupador ou um grande fundo de pensão, a financiar a atividade rural, complementando o crédito rural regulamentado pelo governo – disse o secretário de Política Agrícola.
São sete os títulos de crédito do setor privado: Nota Comercial do Agronegócio (NCA), Cédula do Produto Rural (CPR), Nota Promissória Rural (NPR) e Duplicata Rural (DR), Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e Warrant Agropecuário (WA), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

 

Bom preço do milho anima produtores do Rio Grande do Sul

Contrariando as previsões traçadas para o início do verão, a metade norte do Rio Grande do Sul ainda não está sofrendo os efeitos do fenômeno La Niña, caracterizado pela escassez de chuvas. O cenário, com lavouras de milho verdes e bem desenvolvidas, anima os produtores que investiram na cultura.
Nesta safra, o preço pago pelo grão deverá ser o melhor em três anos. A saca está sendo comercializada, em média, a R$ 22 no balcão, valor superior à média histórica de dezembro, que é de R$ 20,30.
Segundo o analista financeiro Paulo Molinari, da Safras & Mercado, a diminuição na área influencia na alta dos preços – neste ano, só no Rio Grande do Sul, a cultura teve redução estimada de 3,7% na área plantada em relação a 2009, de acordo com a Emater. Para Fábio Oberto, gerente da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto Cruz Alta, 80% das lavouras do Estado – localizadas nas regiões Norte e Noroeste – estão em ótimas condições.
– Se nessas regiões o clima continuar como está, deveremos ter uma das maiores produtividades da história no Estado – afirma Oberto.
O agricultor Lino Pazinatto, 74 anos, já calcula os lucros que terá com os 92 hectares plantados com milho em Colorado, no norte do Estado. Pazinatto destina todos os anos 30% de sua propriedade à cultura. Ele acredita que a lavoura deverá produzir 22 sacas por hectare, número superior às 19 sacas por hectare colhidas na última safra.