John Deere

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A força do campo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Guaira - Presente no Protesto em Brasilia









Movimentos sociais protestam contra reforma do Código Florestal e uso de agrotóxicos

Objetivo é conscientizar população sobre uso indiscriminado de defensivos agrícolas e o impacto das mudanças na saúde de trabalhadores rurais

Marcello Casal Jr./ABr
Marcha contra agrotóxicos e mudanças no Código Florestal
Pequenos agricultores, trabalhadores rurais sem terra, ambientalistas, representantes das populações atingidas pela construção de barragens, quilombolas, estudantes e integrantes de várias entidades sociais promoveram nesta quinta-feira (07/04), em Brasília, uma marcha contra a reforma do Código Florestal e o uso de agrotóxicos.
O principal objetivo da iniciativa é conscientizar a população sobre os riscos do uso indiscriminado de defensivos agrícolas, a falta de fiscalização, a contaminação dos solos e águas por essas substâncias e seu impacto na saúde dos trabalhadores rurais e da população em geral.

“É preciso discutir o assunto entre os agricultores, nas escolas, nos espaços públicos e projetos de lei. Temos que pressionar o governo para que suas agências fiscalizem, de fato, a utilização dos agrotóxicos. Desde 2009, o Brasil é campeão mundial no uso destes produtos”, afirmou Paola Pereira, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Para José Josivaldo Alves de Oliveira, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a proposta do Código Florestal seria “um grave retrocesso em termos ambientais”. Integrante da direção da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Maria da Graça Amorim defende que o atual código não é empecilho para a produção agrícola familiar e que as mudanças propostas beneficiarão apenas os grandes produtores. “Nós só precisamos de alguns hectares para produzir. Já o agronegócio pegou as melhores terras, desmatou porque não mora nelas, coloca agrotóxico porque não consome o que produz e, agora, ainda quer desmatar as beiras dos rios”, disse.

A agricultora Julciane Azilago, do Movimento Mulheres Camponesas (MMC), diz que se o governo quer estimular a agricultura basta disponibilizar mais recursos para os produtores familiares. “A maioria dos créditos do governo vão para os grandes produtores, sendo que o pequeno agricultor é quem gera muito mais empregos e produz a maior diversidade de alimentos. E é justamente o agronegócio quem mais utiliza agrotóxicos”.

Os integrantes dos movimentos sociais entregaram um documento à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com seu posicionamento acerca do Código Florestal. As entidades defendem a manutenção dos atuais índices de reserva legal e de áreas de preservação permanente, bem como a obrigação da recuperação de todo o passivo ambiental nessas áreas, a não-anistia aos desmatadores, a criação de políticas públicas que garantam a recuperação produtiva das áreas protegidas e o desmatamento zero em todos os biomas brasileiros, com exceção dos casos de interesse social.

Nova espera para o trigo

Produtores aguardam novo Plano Safra para decidir sobre plantio de trigo

Maioria dos triticultores vive dias de espera


Junto com o Paraná, o Rio Grande do Sul é responsável por 90% da produção nacional de trigo. Os bons preços no mercado e os resultados positivos da última safra podem estimular o plantio. Porém, antes de definir o tamanho da área destinada à cultura, os produtores vivem dias de expectativa.
Quanto plantar? Quanto vão pagar? Como vai ser na hora da venda? As perguntas perseguem o produtor rural Idalino Dal Della há dois anos. Faltando menos de um mês para o início do plantio nas lavouras gaúchas, o produtor de Passo Fundo já tomou uma decisão.
– Eu acho que este ano não vou produzir. Uma, que o custo vai ficar muito caro, porque há várias normas para produzir trigo, que tem várias exigências para o mercado. Então, me custa muito caro, daí tem que investir muito. Acho que este ano vou esperar. Acho que ainda não vou plantar – diz o produtor.
Ao contrário de Idalino, a maioria dos produtores de trigo vive dias de espera. Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias, os agricultores aguardam que o governo federal divulgue o novo plano safra antes de tomar qualquer atitude.
– Tem definições que vão balizar esta questão de plantar mais ou menos que é a liberação dos custeios, que é o valor do preço mínimo, que é a logística e que é principalmente os mecanismos de comercialização na época da colheita – diz o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto.
A estimativa da Federação de Agricultura do Estado é de que a área plantada possa aumentar 15%, chegando a 950 mil hectares. Na última safra, os gaúchos colheram 1,8 milhão de toneladas de trigo.
– Tendo em vista o histórico que nós temos dos dois últimos anos de cultivo desta cultura, que foram muito bons, tivemos uma boa colaboração do clima, tivemos por parte do produtor a utilização de um bom nível de tecnologia que como consequência disso tivemos bons índices de produtividade e o mercado também colaborou absorvendo esta produção e remunerando ela de uma forma mais ou menos adequada. Então, tendo em vista este contexto, a expectativa que nós temos para este ano de 2011 é que os produtores de trigo voltem a investir nesta cultura e estamos na expectativa de que se plante no mínimo a mesma área do ano passado – diz o engenheiro agrônomo Jairton Dezordi.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

------------- Codigo Florestal ------------- CONTRAS.

 




Em março, representantes do governo e do setor produtivo do Paraná foram a Brasília pedir agilidade na votação das alterações do Código Florestal. Agora, reforçam o movimento nacional com uma caravana de mais de 4 mil produtores. Nesta terça, agricultores de todo o país se mobilizam em Brasília para defender a proposta.

Um dos pontos de concentração foi a sede do sindicato rural de Londrina. Produtores da região norte do Estado planejaram a viagem, de 14 horas, para ser um exemplo de união da classe.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 80% das propriedades rurais do Paraná estão classificadas como pequenas e médias. Os produtores afirmam que se o Código Florestal for aprovado como está, praticamente todas elas terão as atividades de agricultura e pecuária inviabilizadas.

A maioria tem na produção rural a única atividade econômica. Se o código for aplicado como está, eles já sabem qual será o futuro das propriedades.

— Você consegue plantar? Não consigo. Vai sobrar uns 10 alqueires, é muito pouco — diz o produtor Jaime Escatolin.

— É uma propriedade pequena, de agricultura familiar, então para nós é muito importante. A gente vai com toda força apoiar esse movimento — comenta a agricultora Márcia Barbeta.

Uma das alterações propostas seria a isenção dos 20% de reserva legal para propriedades com até quatro módulos fiscais. No Paraná, a área representa cerca de 72 hectares e quase 90% das propriedades rurais. Outra mudança beneficia produtores que têm áreas com mais de quatro módulos, porque permite que os 20% sejam reunidos entre as áreas de preservação permanente e as de reserva legal.

As medidas para mata ciliar também foram reduzidas na proposta ainda não votada: rios com até 5 metros de largura devem ter 15 metros de mata ciliar e rios com mais de cinco metros e até 15 metros de largura devem ter 30 metros de mata em volta. Para o presidente do sindicato rural de Londrina, esta segunda visita reforça a primeira iniciativa do Paraná para mudar pontos críticos da nova lei.

— É a necessidade de você estar presente, de mostrar que você precisa desse apoio. A gente tem hoje essa situação insustentável. Precisa de todo produtor fazer presença. Isso é uma demonstração da necessidade da gente se mobilizar. Nós não estamos pedindo nada irregular, nem fora da realidade. Mas, é a nossa realidade. Nós precisamos do apoio de todos para essa mudança — diz Narciso Pissinatti, presidente do sindicato rural de Londrina.