John Deere

John Deere
A força do campo

terça-feira, 12 de julho de 2011

Faturamento bruto das principais lavouras do Brasil deve alcançar R$ 199 bilhões em 2011

O faturamento bruto das 20 principais lavouras do Brasil deve alcançar R$ 199 bilhões em 2011. O valor apurado, com informações até junho, faz parte de levantamento realizado mensalmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com o estudo, o Valor Bruto da Produção (VBP) deste ano será 10,4% superior ao de 2010, atingindo novo recorde.

– Os melhores preços dos produtos agrícolas, a elevação da produtividade e também os resultados da safra têm sido os principais fatores para a obtenção desse resultado favorável – avalia José Garcia Gasques, responsável pelo levantamento e coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura.

Segundo Gasques, o cenário positivo para a agricultura brasileira fará com que o VBP deste ano supere o de 2008, até então o maior valor já registrado em uma série iniciada em 1997.  Em 2008, o faturamento das lavouras foi de R$ 183,6 bilhões. Os maiores aumentos no VBP ocorreram no algodão (67,7%); uva (46,3%); café (38%); milho (29,8%); soja (17,1%) mandioca (11%) e feijão (10,2%).

– Algodão, café e soja são os produtos que merecem maior destaque, pelos indicadores de preços aos produtores e pela acentuada expansão da produção, no caso da soja e do algodão – explica Gasques.

O algodão terá valor bruto de R$ 5,3 bilhões e o café em grão, de R$ 22,2 bilhões. A soja, item com maior peso na composição do faturamento das lavouras, alcançará R$ 55 bilhões. Cebola, batata inglesa e trigo são os produtos que terão as maiores baixas. A cebola, com VBP previsto de R$ 752 milhões, terá redução de 62,4%; a batata inglesa, com queda de 24,6% alcançará R$ 2,9 bilhões; e o trigo em grão com baixa estimada de 16,8%, atingirá faturamento bruto de R$ 2,2 bilhões em 2011.

Faturamento regional

O estudo mostra crescimento no valor bruto da produção em todas as regiões, com exceção do Norte.

– Porém, essa redução é pequena e poderá sofrer alterações ao longo do semestre – informa o coordenador do Ministério da Agricultura.

A queda no VBP da região Norte está estimada em 1,66%. O Centro-Oeste permanece com maior aumento para 2011, com alta de 41,4%. O faturamento da região deve atingir R$ 53,5 bilhões. O Mato Grosso é o Estado que mais vai contribuir para esse desempenho. O VBP mato-grossense subirá quase 60%, passando de R$ 21,4 bilhões para R$ 34,2 bilhões. Com isso, Mato Grosso passa a ser o Estado com o maior VBP do país, superando São Paulo.

O Nordeste, a segunda região com melhor resultado em 2011, terá crescimento de 20% e VBP de R$ 21,2 bilhões. Ceará, Piauí e Paraíba são os Estados nordestinos com as maiores altas. Destaque para o Ceará, que terá aumento de 82,9% chegando ao faturamento bruto das lavouras de R$ 2,2 bilhões. Na região, os resultados favoráveis são atribuídos ao comportamento de produtos como milho, soja, algodão e feijão.

Saiba mais

Elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica desde 1997, o Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O VBP é correspondente à renda dentro da propriedade e considera as plantações de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.

Mensalmente, o Ministério da Agricultura divulga a estimativa do valor da produção agrícola para o ano corrente. Esse valor pode ser corrigido, de acordo com as alterações de preço e a previsão de safra anunciados ao longo do ano.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Plano Safra da Agricultura Familiar terá garantia de preços mínimos

O secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Muller, informou que o Plano Safra 2011/2012 do setor, com recursos confirmados de R$ 16 bilhões, deve ser lançado oficialmente no dia 15 de junho. A novidade será a criação de uma política de garantia de preços mínimos (PGPM) para produtos de pequenos agropecuaristas.
– É uma coisa inédita – ressaltou ele.
A principal mudança, no entanto, deve ser a simplificação das operações de crédito rural para a safra que começa em julho. Um exemplo é a redução e unificação das taxas anuais de juros, que agora serão 1% para empréstimos destinados a investimentos até R$ 10 mil e 2% para valores acima de R$ 10 mil. Na safra atual, as taxas variam de 1% a 4%.
– O objetivo é aumentar a capacidade de investimento simplificando as operações – afirmou.
Com as medidas que estão sendo tomadas, Muller afirmou que a meta é utilizar todos os R$ 16 bilhões em operações de crédito. Como isso não foi atingido nas últimas safras, a presidente Dilma Rousseff manteve o mesmo volume de recursos disponibilizado no ciclo anterior.
Apesar de as negociações para fechar o Plano Safra da Agricultura Familiar ainda não terem sido concluídas, Muller indicou que os limites de empréstimo para as famílias do campo, que hoje é R$ 130 mil no programa de financiamento Pronaf Mais Alimentos, podendo chegar a R$ 230 mil com outras operações oferecidas, devem ser unificados em um único limite global, facilitando o acesso dos produtores. Nos empréstimos coletivos para cooperativas, o valor passará de R$ 5 milhões para R$ 10 milhões.

Brasil tem potencial para ampliar produção de commodities agrícolas

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nessa quarta, dia 1º, que o Brasil tem todas as condições para que o seu crescimento econômico futuro seja ainda “mais robusto” que o dos últimos anos. Ele destacou que, além das diversas oportunidades de investimentos, principalmente no setor de infraestrutura, o país tem grande potencial “de ampliar a produção de commodities agrícolas, minerais e energéticas”.
A expansão da classe média e o bônus demográfico – população economicamente ativa maior que a inativa – também foram fatores apontados por Tombini como propícios ao desenvolvimento do país.
– As perspectivas do nosso país são muito boas a frente. Esses avanços, tanto de cunho econômico, quanto de cunho social poderão se intensificar os próximos anos – afirmou em seu discurso.
O presidente do Banco Central, que participou nessa quarta da premiação a analistas financeiros promovida pela Agência Estado, destacou ainda o controle da inflação como um dos “principais pilares” da economia brasileira nos últimos anos.
– A nossa sociedade demanda inflação baixa e o Banco Central tem o compromisso de manter a inflação em um patamar baixo – disse.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sojicultores brasileiros querem mais variedade da soja convencional

Brasil possui 60 por cento de soja transgenica.
O Brasil está ampliando, cada vez mais, a produção transgênica. A virada aconteceu nos últimos dois anos quando o país passou a ter 60% de soja transgênica e 40% de convencional. Essa disputa de mercado, que envolve o manejo das lavouras, o custo e a renda na comercialização, vai traçando os rumos do que se quer para o Brasil. A região de Patos de Minas (MG) é um polo de produção de sementes. O produtor Gustavo Magni já observou a grande mudança nesta safra. Grandes compradores de soja estão pagando mais pelo convencional e ele faz as contas.
– A gente tem visto no mercado prêmios de até R$ 5 por saca em determinadas regiões. Em média são R$ 300 por hectares simplesmente plantando convencional.  Existe um mercado lá fora interessado em farelo não transgênico e lecitina não trasngênica – comenta.
Apesar de não definir ponto a ponto qual é a melhor cultura, o produtor quer ter a opção de usar a tecnologia convencional e transgênica para escolher e programar a safra, para usar da melhor o maquinário e buscar a eficiência.
– Ainda é difícil a gente falar que transgênico é melhor. Para nós convencional é melhor, mas tendo a oportunidade das duas tecnologias a gente consegue manejar melhor nosso plantio e planejar a melhor safra – complementa o produtor.
Nos últimos cinco anos as empresas privadas de pesquisa colocaram como foco principal a soja transgênica. Os produtores sentiram falta de novas variedades da convencional. Nesta guerra de mercado o investimento na parceria publico privada, que envolve a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), não parou. Novidades convencionais garantem a concorrência estimulada por melhores preços.
A Fundação Triângulo, com sede em Uberaba, tem pesquisa com soja numa parceria com a Embrapa e 16 sementeiros de Minas Gerais, São Paulo e Goiás.  Só com a soja são investidos de R$ 7 a R$ 8 milhões por ano. 
– Nós deixamos o produtor e o consumidor escolher se querem transgênico ou convencional – informa o pesquisador da Fundação Triângulo, Neylson Arantes.
A cada 20 mil linhagens em estudo por ano, surgem apenas uma ou duas novas variedades no mercado. O último lançamento da entidade foi a soja convencional Embrapa 752 de ciclo precoce, que está sendo colhida. Em uma área de 50 hectares a média de produtividade passou de 87 sacas por hectare. 
– Temos que pensar em produtividade por dia. É um desafio desenvolver variedades novas convencionais com boa produtividade, mas estamos conseguindo – conta o pesquisador. 
As lideranças e entidades ligadas à produção de soja querem que o Brasil tenha um mercado diferenciado da Argentina, por exemplo, que tem hoje 95% da produção com transgênia. Mas o maior desafio atualmente está na hora de entregar o produto que acaba misturado nos armazéns que não fazem à separação.
– As fontes de segregação são uma grande dificuldade, pois a segregação é o ato de separar o convencional do transgênico. Há alguns produtores de Mato Grosso que ainda plantam soja convencional, porém na hora de entregar entregam no armazém de alguma compradora que não segrega. Ou seja, ele entregou um produto convencional e misturou-se na célula deste armazém tornando totalmente transgênico, pagando royalties sobre isso, tendo custo sobre isso – explica o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mortes por disputa de terras no Brasil crescem 30% em 2010

O número de mortes por causa da disputa de terras no Brasil aumentou 30% no ano passado em comparação a 2009 e interrompeu assim um período de quatro anos consecutivos de redução dos homicídios, segundo um relatório divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Apesar de o número estar abaixo da média de 63 mortes entre 1985 e 2009, no último ano foram registrados 34 assassinatos ocasionados por conflitos de terras, em comparação aos 26 em 2009, informou a CPT.

A entidade vinculada à Igreja Católica revelou que 30 dos homicídios foram por disputa direta de terras, dois por conflitos de acesso à água e dois por questões trabalhistas entre fazendeiros e camponeses.

Desses assassinatos, 21 ocorreram na região Norte, mas o Pará é o estado com o maior registro de assassinatos (18). De acordo com o relatório "Conflitos no Campo Brasil 2010", no ano passado foram registrados 1.186 casos de disputa de terras, dois a mais que em 2009. A disputa por água também apresentou um significativo aumento de 93,3%, com 87 conflitos.
Para o presidente da CPT, Dom Ladislau Biernaski, a reforma agrária seria a solução para o problema da má distribuição de terra no Brasil. “Menos de dois por cento de proprietários têm mais de 50% de terras. Outros milhões de hectares são grilados. Então, muitas vezes, o próprio Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] não tem instrumentos para promover uma redistribuição melhor de terras. Por isso, precisamos mudar a Constituição, regularizando a questão da função social da terra e da propriedade”, afirmou.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Consumo de etanol cai 70,5% na primeira semana de abril, aponta Sindicom

O consumo de etanol hidratado caiu 70,5% na primeira semana de abril no território brasileiro, ante o registrado na média de janeiro e fevereiro, de acordo com o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Aluísio Vaz. Segundo ele, foram comercializados apenas 49 milhões de litros de hidratado na semana entre 3 e 9 de abril, ante a média de 166 milhões de litros verificados em janeiro e fevereiro.
– Finalmente o consumidor do carro flex migrou de forma significativa do hidratado para a gasolina – disse Vaz.
No mesmo período, o consumo da gasolina nos postos cresceu 27,5%, passando de 466 milhões de litros na média de janeiro e fevereiro para 593 milhões de litros na primeira semana de abril. Os dados são referentes às vendas médias das empresas associadas ao Sindicom que, historicamente, correspondem a 60% do mercado brasileiro de etanol e 75% do mercado de gasolina.
Vaz informou também que, em março, as vendas de etanol hidratado ficaram em 485 milhões de litros, queda de 27% ante o registrado na média de janeiro e fevereiro e um recuo de 20% em relação ao volume comercializado em março de 2010. Já o consumo de gasolina cresceu 16%, para 2,297 bilhões de litros em março de 2011, ante março de 2010. Em relação à média de janeiro e fevereiro, o consumo de gasolina de março subiu 23%.
O executivo explica que o mercado possui gasolina para atender este crescimento expressivo e rápido de demanda. Segundo ele, o que existe são gargalos logísticos. Por exemplo, ele cita que o anidro existente hoje para ser misturado à gasolina está concentrado em poucos locais, o que gera espera na hora do embarque do produto nos caminhões.
– A logística do anidro é diferente da logística do hidratado, o que está emperrando o transporte do produto para ser misturado à gasolina – disse.
Vaz afirma que este problema pode levar a desabastecimentos pontuais de gasolina em alguns postos, mas não maior que um dia. O executivo lembra que os estoques de anidro estão concentrados no Estado de São Paulo.

Granizo deve voltar a atingir lavouras

O outono deve registrar períodos de chuva de granizo, mesmo sendo uma estação atípica para este tipo de fenômeno. O alerta é de especialistas da Somar Meteorologia, que recomendam atenção, principalmente no sul de Minas Gerais e interior de São Paulo.
No último fim de semana, lavouras de hortaliças de Biritiba Mirim, no interior paulista foram fortemente atingidas pelo granizo. O que sobrou da plantação teve a qualidade prejudicada. Em algumas propriedades, pelo menos 20% da lavoura foi perdida.
Plantações de alface tiveram que ser pulverizadas para evitar perdas ainda maiores. Mas a qualidade não vai ser a mesma. Com o tamanho da verdura reduzido, o produtor vai receber menos.
Mesmo não sendo muito comum no outono, meteorologistas alertam aos produtores: fenômenos como o do último fim de semana podem acontecer novamente.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Guaira - Presente no Protesto em Brasilia









Movimentos sociais protestam contra reforma do Código Florestal e uso de agrotóxicos

Objetivo é conscientizar população sobre uso indiscriminado de defensivos agrícolas e o impacto das mudanças na saúde de trabalhadores rurais

Marcello Casal Jr./ABr
Marcha contra agrotóxicos e mudanças no Código Florestal
Pequenos agricultores, trabalhadores rurais sem terra, ambientalistas, representantes das populações atingidas pela construção de barragens, quilombolas, estudantes e integrantes de várias entidades sociais promoveram nesta quinta-feira (07/04), em Brasília, uma marcha contra a reforma do Código Florestal e o uso de agrotóxicos.
O principal objetivo da iniciativa é conscientizar a população sobre os riscos do uso indiscriminado de defensivos agrícolas, a falta de fiscalização, a contaminação dos solos e águas por essas substâncias e seu impacto na saúde dos trabalhadores rurais e da população em geral.

“É preciso discutir o assunto entre os agricultores, nas escolas, nos espaços públicos e projetos de lei. Temos que pressionar o governo para que suas agências fiscalizem, de fato, a utilização dos agrotóxicos. Desde 2009, o Brasil é campeão mundial no uso destes produtos”, afirmou Paola Pereira, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Para José Josivaldo Alves de Oliveira, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a proposta do Código Florestal seria “um grave retrocesso em termos ambientais”. Integrante da direção da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Maria da Graça Amorim defende que o atual código não é empecilho para a produção agrícola familiar e que as mudanças propostas beneficiarão apenas os grandes produtores. “Nós só precisamos de alguns hectares para produzir. Já o agronegócio pegou as melhores terras, desmatou porque não mora nelas, coloca agrotóxico porque não consome o que produz e, agora, ainda quer desmatar as beiras dos rios”, disse.

A agricultora Julciane Azilago, do Movimento Mulheres Camponesas (MMC), diz que se o governo quer estimular a agricultura basta disponibilizar mais recursos para os produtores familiares. “A maioria dos créditos do governo vão para os grandes produtores, sendo que o pequeno agricultor é quem gera muito mais empregos e produz a maior diversidade de alimentos. E é justamente o agronegócio quem mais utiliza agrotóxicos”.

Os integrantes dos movimentos sociais entregaram um documento à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com seu posicionamento acerca do Código Florestal. As entidades defendem a manutenção dos atuais índices de reserva legal e de áreas de preservação permanente, bem como a obrigação da recuperação de todo o passivo ambiental nessas áreas, a não-anistia aos desmatadores, a criação de políticas públicas que garantam a recuperação produtiva das áreas protegidas e o desmatamento zero em todos os biomas brasileiros, com exceção dos casos de interesse social.

Nova espera para o trigo

Produtores aguardam novo Plano Safra para decidir sobre plantio de trigo

Maioria dos triticultores vive dias de espera


Junto com o Paraná, o Rio Grande do Sul é responsável por 90% da produção nacional de trigo. Os bons preços no mercado e os resultados positivos da última safra podem estimular o plantio. Porém, antes de definir o tamanho da área destinada à cultura, os produtores vivem dias de expectativa.
Quanto plantar? Quanto vão pagar? Como vai ser na hora da venda? As perguntas perseguem o produtor rural Idalino Dal Della há dois anos. Faltando menos de um mês para o início do plantio nas lavouras gaúchas, o produtor de Passo Fundo já tomou uma decisão.
– Eu acho que este ano não vou produzir. Uma, que o custo vai ficar muito caro, porque há várias normas para produzir trigo, que tem várias exigências para o mercado. Então, me custa muito caro, daí tem que investir muito. Acho que este ano vou esperar. Acho que ainda não vou plantar – diz o produtor.
Ao contrário de Idalino, a maioria dos produtores de trigo vive dias de espera. Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias, os agricultores aguardam que o governo federal divulgue o novo plano safra antes de tomar qualquer atitude.
– Tem definições que vão balizar esta questão de plantar mais ou menos que é a liberação dos custeios, que é o valor do preço mínimo, que é a logística e que é principalmente os mecanismos de comercialização na época da colheita – diz o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto.
A estimativa da Federação de Agricultura do Estado é de que a área plantada possa aumentar 15%, chegando a 950 mil hectares. Na última safra, os gaúchos colheram 1,8 milhão de toneladas de trigo.
– Tendo em vista o histórico que nós temos dos dois últimos anos de cultivo desta cultura, que foram muito bons, tivemos uma boa colaboração do clima, tivemos por parte do produtor a utilização de um bom nível de tecnologia que como consequência disso tivemos bons índices de produtividade e o mercado também colaborou absorvendo esta produção e remunerando ela de uma forma mais ou menos adequada. Então, tendo em vista este contexto, a expectativa que nós temos para este ano de 2011 é que os produtores de trigo voltem a investir nesta cultura e estamos na expectativa de que se plante no mínimo a mesma área do ano passado – diz o engenheiro agrônomo Jairton Dezordi.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

------------- Codigo Florestal ------------- CONTRAS.

 




Em março, representantes do governo e do setor produtivo do Paraná foram a Brasília pedir agilidade na votação das alterações do Código Florestal. Agora, reforçam o movimento nacional com uma caravana de mais de 4 mil produtores. Nesta terça, agricultores de todo o país se mobilizam em Brasília para defender a proposta.

Um dos pontos de concentração foi a sede do sindicato rural de Londrina. Produtores da região norte do Estado planejaram a viagem, de 14 horas, para ser um exemplo de união da classe.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 80% das propriedades rurais do Paraná estão classificadas como pequenas e médias. Os produtores afirmam que se o Código Florestal for aprovado como está, praticamente todas elas terão as atividades de agricultura e pecuária inviabilizadas.

A maioria tem na produção rural a única atividade econômica. Se o código for aplicado como está, eles já sabem qual será o futuro das propriedades.

— Você consegue plantar? Não consigo. Vai sobrar uns 10 alqueires, é muito pouco — diz o produtor Jaime Escatolin.

— É uma propriedade pequena, de agricultura familiar, então para nós é muito importante. A gente vai com toda força apoiar esse movimento — comenta a agricultora Márcia Barbeta.

Uma das alterações propostas seria a isenção dos 20% de reserva legal para propriedades com até quatro módulos fiscais. No Paraná, a área representa cerca de 72 hectares e quase 90% das propriedades rurais. Outra mudança beneficia produtores que têm áreas com mais de quatro módulos, porque permite que os 20% sejam reunidos entre as áreas de preservação permanente e as de reserva legal.

As medidas para mata ciliar também foram reduzidas na proposta ainda não votada: rios com até 5 metros de largura devem ter 15 metros de mata ciliar e rios com mais de cinco metros e até 15 metros de largura devem ter 30 metros de mata em volta. Para o presidente do sindicato rural de Londrina, esta segunda visita reforça a primeira iniciativa do Paraná para mudar pontos críticos da nova lei.

— É a necessidade de você estar presente, de mostrar que você precisa desse apoio. A gente tem hoje essa situação insustentável. Precisa de todo produtor fazer presença. Isso é uma demonstração da necessidade da gente se mobilizar. Nós não estamos pedindo nada irregular, nem fora da realidade. Mas, é a nossa realidade. Nós precisamos do apoio de todos para essa mudança — diz Narciso Pissinatti, presidente do sindicato rural de Londrina.