John Deere

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A força do campo

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Apesar do menor custo, é importante cautela na aplicação do fungicida

Custo menor para fungicidas graças ao dólar e a valorização da saca de soja. A situação para o controle da ferrugem parece estar mais confortável para o produtor. Mas é prematuro afirmar que o custo com a aplicação do fungicida está mais barato. Outros elementos que compõem esse valor podem anular essas vantagens. É preciso calcular bem e ficar atento para não fazer mais aplicações do que o necessário.

O preço dos fungicidas deve ficar em média, cinco reais menor do que na safra passada. Foi o câmbio que favoreceu o bolso do produtor.

– Ele pode ter a falsa impressão de que o custo está mais baixo, mas na verdade foi nada mais do que uma mudança cambial. São produzidos pelas multinacionais, cotados em dólar e o efeito foi que o preço diminuiu – afirma Marcelo Hirakuri, sócio-economista da Embrapa Soja.

A valorização da saca de soja também pode levar o produtor a acreditar que está mais barato aplicar o fungicida.

– É um bom preço para o produtor, ele está em relação ao mesmo período do ano passado, na faixa de 10% a 12% a mais. O não passado estava na faixa de 39%, 40% e hoje, 44%, 45% nessa faixa – afirma o consultor agrícola Jadir Fernandes de Miranda.

No Paraná, a expectativa é que o custo médio por aplicação  fique em R$ 55,25. Na safra passada a média foi de R$ 59,50 por aplicação. Segundo a Embrapa, o Estado fechou a última safra com  menos de duas aplicações, em média. No Brasil,  o número de  tratamentos  para o combate à doença chegou a 2,7. 
 
– O custo da aplicação do fungicida é o custo do produto, mais o custo da operação. E isso tem sido mais ou menos estável nos últimos anos, com uma variação em relação ao dólar, e em relação à saca de soja. Mas ele tem oscilado entre 2 a 4 sacas de soja por aplicação – afirma Cláudia Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja.

Segundo o Centro de Pesquisas Aplicadas, o Cepea, da USP, nos meses de maior compra dos fungicidas, entre maio e julho  deste ano, os preços ficaram mais baixos em relação ao mesmo período do ano passado. Em Sorriso, Mato Grosso, uma das fórmulas mais vendidas custou R$ 52,47 o litro. No ano passado foi vendida a R$ 66,86 o litro. Uma queda de 21% no preço. E em Londrina, no norte paranaense, o produtor pagou este ano R$ 74,68 o litro enquanto em 2009 o preço foi de R$ 90,12, uma diferença 17%.
Por outro lado, a alta no preço do diesel, no salário dos funcionários e com a manutenção do maquinário podem neutralizar os benefícios da variação cambial. Os especialistas não arriscam dizer quantas aplicações o produtor deverá fazer neste verão, principalmente em razão da instabilidade climática provocada pelo La Niña. O consultor de lavouras Jadir Fernandes diz que está recomendando uma aplicação preventiva antes do início da floração.

– Depende do ponto de vista de cada técnico. Mas, normalmente você deveria fazer uma aplicação antes do fechamento total da rua da soja. Porque você vai atingir a planta inteira. Se você fizer depois que ela já fechou, às vezes o “baixeiro” fica desprotegido.

A pesquisadora Cláudia Godoy recomenda cautela nesse período  e aplicação antes da floração só se houver a confirmação da doença na lavoura.

– Se a soja está aberta ainda, se ela não fechou, os esporos que caem ali da ferrugem, que podem cair, eles acabam morrendo pela própria radiação solar, eles não tem o molhamento para ter a infecção. Então, a recomendação no vegetativo só é feita se houver a incidência da doença. Se não acontecer a doença a gente não recomenda que se aplique no vegetativo – finaliza.

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